Alegria

Libanio foi talvez a pessoa que melhor encarnou e viveu aquilo que diz o Evangelho sobre a alegria como dom do Espírito. Ao mesmo tempo em que era um homem extremamente sério e disciplinado, sabia rir de si mesmo e das situações adversas, com um sorriso nos lábios e uma gargalhada gostosa quando estava entre amigos mais íntimos. Diante de situações preocupantes ou tristes, jamais perdia essa alegria transversal que o fazia seguir adiante com força e energia, sempre atento aos outros e disposto a servir. Sua alegria não dependia das circunstâncias favoráveis, mas ao contrário, parecia crescer e tornar-se mais forte em momentos difíceis e atribulados.  Quanto mais o fui conhecendo, mais foi se confirmando para mim a presença em sua pessoa dessa alegria gratuita e iluminadora. Sabia comunicar confiança quando tudo parecia perdido, esperança quando todas as soluções já haviam sido tentadas e resultaram em fracasso, fortaleza quando a fragilidade e a vulnerabilidade humanas, sua e sobretudo daqueles que o cercavam, se manifestavam. Não havia sombras e depressões na convivência com Libanio, mas alegria, sobretudo alegria, só alegria.

(Maria Clara Bingemer, PUC Rio).

29.01.2021